Êxodo Capítulo 10

Introdução

O livro de Êxodo é uma das partes fundamentais da Bíblia, que conta a história do povo de Israel e sua libertação da escravidão no Egito. O capítulo 10 deste livro apresenta a sétima praga enviada por Deus sobre o Egito, que é a invasão de gafanhotos. Esta praga traz lições e ensinamentos importantes para nossa fé e vida cristã. Neste artigo, vamos analisar o Êxodo capítulo 10, destacando suas palavras importantes, seus significados e suas aplicações teológicas.

Palavras importantes do texto e seus significados

1. Chafariz – Segundo o léxico hebraico, a palavra usada no original é “ye’or”, que significa rio ou ribeiro. Neste contexto, se refere aos rios e riachos do Egito que ficaram cheios de sangue durante a praga das águas se tornando impróprios para consumo e causando grande sofrimento ao povo egípcio.

2. Gafanhotos – A praga de gafanhotos enviada por Deus para o Egito é uma referência ao Hebraico “arbeh”, que significa multidão. Estes insetos eram considerados uma grande praga no Oriente Médio e se reproduziam em grande velocidade, destruindo tudo o que encontravam em seu caminho.

3. O justo – No versículo 7, Faraó pergunta a Moisés e Aarão se somente os homens iriam ao deserto e eles respondem que também levam os “nevach” que significa justo ou correto, que neste contexto se refere às mulheres, crianças e idosos dos israelitas que seriam levados para adorar a Deus.

4. Arrependimento – Diante da praga dos gafanhotos, Faraó reconhece seu erro e pede perdão a Moisés e Aarão, porém, após a praga ser removida, ele volta a resistir ao pedido de libertação dos hebreus. Segundo a teologia bíblica, o arrependimento genuíno deve ser acompanhado de mudança de comportamento e não apenas de palavras.

5. Vôo – No versículo 19, Faraó ordena que Moisés retire a praga de gafanhotos e que eles possam “voar” para fora das fronteiras do Egito. A palavra hebraica usada é “sh’alach” que pode significar tanto voar como também ser libertado ou despedido. Neste caso, Faraó não apenas queria acabar com a praga, mas também se livrar dos israelitas e suas exigências.

Comentário Exegético

O capítulo 10 do livro de Êxodo começa com a praga dos gafanhotos, que é resultado da desobediência de Faraó em relação ao pedido de Deus de libertar o povo de Israel. Os gafanhotos eram considerados uma maldição no Oriente Médio, pois causavam grande destruição às plantações e reservas de alimentos, tornando-se uma grande ameaça à sobrevivência do povo egípcio.

No versículo 3, Deus diz a Moisés que endureceu o coração de Faraó, para que ele continue resistindo e assim, possa continuar enviando as pragas sobre o Egito. Podemos entender que Deus estava usando a teimosia de Faraó para mostrar seu poder e soberania sobre os deuses egípcios, que o faraó acreditava serem superiores ao Deus de Israel.

Outro ponto importante deste capítulo é a diferença entre os egípcios e os israelitas durante a praga. Enquanto os egípcios sofriam com as consequências da ação de Deus, os israelitas que moravam em Gósen, lugar separado especialmente para eles por Faraó, ficaram livres desta praga. Isso nos mostra que os propósitos de Deus em relação ao seu povo não podem ser frustrados por nenhum rei ou imperador, pois Ele é soberano sobre todas as nações.

Bíblico e Teológico

Alguns aspectos bíblicos e teológicos que podemos destacar neste capítulo são:

1. O poder e soberania de Deus – A praga dos gafanhotos mostra novamente o poder de Deus sobre as forças da natureza e sobre os deuses egípcios. Ele é capaz de usar qualquer meio para cumprir seus propósitos e demonstrar sua soberania sobre todas as coisas.

2. A importância do arrependimento – Apesar de Faraó ter se arrependido diante da praga dos gafanhotos, seu coração permaneceu endurecido e ele continuou resistindo ao pedido de libertação dos israelitas. Isso nos ensina que apenas o arrependimento não é suficiente, é necessário haver uma mudança real de atitude.

3. A proteção divina dos israelitas – Durante as pragas, Deus sempre cuidou do seu povo e os livrou do sofrimento que vinha sobre o Egito. Isso nos mostra que, quando estamos debaixo da proteção de Deus, Ele é capaz de nos livrar de qualquer mal que venha sobre nós.

4. A teimosia e resistência à vontade de Deus – Faraó continuou resistindo ao pedido de Deus, mesmo diante das consequências das pragas. Isso nos alerta para o perigo da teimosia e da resistência à vontade do Senhor. Não devemos endurecer nossos corações, mas sim, estar dispostos a ouvir e obedecer a voz de Deus.

Conclusão

O Êxodo capítulo 10 nos apresenta uma das pragas mais impactantes sobre o Egito, que demonstra o poder e a soberania de Deus sobre todas as nações. Ele nos ensina lições importantes sobre arrependimento, obediência e proteção divina. Que possamos aprender com este capítulo e aplicar seus ensinamentos em nossa vida cristã, buscando sempre estar sob a vontade de Deus.